A Noiva de Dagon – Uma aventura de Call of Cthulhu – Parte I.

Baseado na obra de Howard Phillips Lovecraft, Call of Cthulhu é um dos mais populares sistemas de RPG de horror já publicados onde os jogadores encarnam investigadores às voltas com os horrores inomináveis da mitologia de Cthulhu.

Desde seu lançamento original pela Editora Chaosium nos anos 80, o jogo já teve sete edições, inclusive tendo uma bem sucedida campanha de financiamento coletivo para lançar a sétima edição em português no Brasil pela New Order Editora.

Minhas primeiras experiências com o jogo foram como jogador ainda no segundo grau quando o Alaor mestrou a primeira aventura do sistema para nosso grupo do colégio (por volta de 1994). Na mesma época voltaria a jogar, novamente como jogador, as aventuras mestradas pelo Rodrigo Müller, experiências incríveis marcadas pelo capricho dele para aumentar a imersão no jogo através da criação de maquetes e props para nossas sessões.

Na mesma época veio o interesse pelas obras que inspiraram o RPG: “O Caso de Charles Dexter Ward”; “O Depoimento de Randolph Carter”; “A Cor que Caiu do Espaço”; “A Sombra Sobre Innsmouth”; “O Horror de Dunwich” e o óbvio “O Chamado de Cthulhu” são alguns de meus contos favoritos do mestre Lovecraft que mostram o encontro de pessoas comuns com entidades inomináveis além de sua compreensão. Essa é a tônica desse universo criado por Lovecraft em seus contos, uma realidade alternativa onde a humanidade co-existe com antigos deuses ancestrais que outrora dominaram a raça humana e que hoje aguardam adormecidos a oportunidade de seu retorno. Segundo Lovecraft “A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido”.

O amor pela obra de Lovecraft, o apelo da ambientação por ele criada, e a memória das boas experiências em torno da mesa de jogo sempre me deixaram com uma enorme vontade de voltar a jogar Call of Cthulhu. Com meu retorno à Cuiabá e a curiosidade de alguns amigos sobre os jogos de interpretação (já que alguns deles nunca haviam jogado RPGs), pensei que seria a oportunidade ideal de finalmente mestrar uma aventura de CoC. Eu só precisava de uma aventura.

“A Noiva de Dagon” nasceu ao longo de uma frenética noite de inspiração. Em 11 de setembro de 2017 (eu anotei a data) eu estava folheando um suplemento do jogo chamado “Cthulhu Britannica London” e literalmente na primeira página encontrei uma ilustração com um folheto sobre a inauguração do aquário de Londres, essa ilustração foi a fagulha que acendeu o processo criativo quase febril que me levou a escrever sem parar madrugada adentro e que culminou na aventura que vocês poderão acompanhar a partir de agora aqui no blog.

O registro original da aventura.
Fonte de inspiração – uma única imagem deu início a um surto criativo.

Quando comecei a mestrar a aventura decidi gravar as sessões sem maiores pretensões. Naquele momento a idéia era tão somente ter um registro do transcurso da aventura que, graças aos jogadores, acabou enveredando por caminhos não planejados (o que é sempre uma marca das grandes aventuras) e demorando um pouco mais do que originalmente imaginado. Depois de alguns meses de intervalo entre nossos encontros, enquanto estava preparando a última sessão, acabei tendo que me socorrer nas gravações para relembrar os últimos acontecimentos e foi ai que me surpreendi com o potencial das gravações: no mínimo elas serviriam para relembrar os participantes da aventura os momentos divertidos ao redor da mesa de jogo, mas com algum trabalho talvez ela fosse do interesse de outros entusiastas dos Role Playing Games, de Call of Cthulhu ou ainda daqueles que gostem de uma boa narrativa.

Para tentar deixar a aventura mais interessante fiz a inserção de alguns efeitos sonoros que, a meu ver, adicionam à atmosfera. Além do áudio, tentei aproximar a experiência do ouvinte/espectador que acompanha a aventura pelo canal do blog no Youtube à dos jogadores apresentando no vídeo as mesmas imagens apresentadas aos jogadores no transcorrer da aventura, mas, via de regra, a aventura se restringe ao áudio captado em nossas sessões.

Alguns dos props preparados para a aventura.

Se esse registro da aventura servir para entreter você Leitor, ele já terá atingido seu objetivo. Fico no aguardo das considerações de vocês sobre a aventura… quem sabe como isso vai terminar? Sem mais delongas ai está “A Noiva de Dagon – Uma aventura de Call of Cthulhu”, espero que gostem!

Grande abraço e até breve.

 

 

 

 

6 Comentários

    • Oi Sandro! Primeiramente obrigado pela visita, pelo comentário e, claro, pelo elogio. Fico muito satisfeito em saber que essa versão da aventura tem agradado quem a ouve.

      Acho que te respondi num comentário no Youtube também, não? Pergunto porque tive uma pergunta parecida lá. Então a idéia é disponibilizar a aventura sim, em algum momento, mas hoje ela existe somente no meu caderno de rascunhos onde escrevo as idéias e coloco em prática na aventura. Pra publicar será necessário revisitá-la, reescrever algumas coisas e deixar num formato legal para que outros mestres possam usá-la.

      Estou nesse momento editando a segunda parte da aventura e toda essa segunda sessão foi meio que inventada na hora e não constava na aventura original, já que nesse dia metade dos jogadores originais faltou a sessão… enfim… vai sair, mas sem promessas de quando.

  1. Adorei sua historia, eu comecei a jogar recentemente a RPG de mesa e eu acabei encontrando sua historia por acaso, já que enquanto eu escrevo isso estou procurando uma historia de call of cthullu para jogar, ou melhor dizendo mestra, eu joguei pouco RPG e nunca fui mestre de uma mesa essa sera minha primeira vez, porem queria mostrar o quão daora é o universo de RPG para meus amigos, já que eles nunca jogaram. Eu assistir os seus videos e eles me ajudaram bastante a como ser um bom mestre e espero muito um dia poder jogar a sua aventura, alem disso você me deu ate inspiração para tentar escrever uma historia, quem sabe um dia. Desculpa por escrever tanto mas eu realmente adorei seu trabalho.

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